Olá a todos, aqui é o Leo, em nome do time do VCT.
Espero que todos estejam aproveitando o Champions! Ainda temos alguns dias de competição à nossa frente, mas gostaríamos de compartilhar nossos planos sobre a próxima temporada do VCT. Hoje, trarei mais detalhes sobre o Challengers e seu objetivo de desenvolver a próxima geração de talentos do nosso esporte.
Nossa visão
Nossa aspiração é construir um esporte que, entre outras coisas, seja a maior manifestação do VALORANT competitivo. Um lugar para assistir, aprender e inspirar-se com os melhores jogadores de VALORANT competitivo do planeta. O esporte deve ser acessível, e dar boas vindas a qualquer um que queira participar - e ter um caminho de progressão (o “path to pro”) claro.
Ter uma forte fundação é crucial, e permitirá que o VCT siga crescendo por muitos anos no futuro. Enquanto nossos Eventos Globais e Ligas Internacionais existem para inspirar jogadores e fãs, as Ligas Challenger e os Torneios Ascensão existem para aqueles jogadores que aspiram serem profissionais. Para complementar o cenário, o Premier vai permitir que qualquer jogador de VALORANT possa participar em torneios e sentir as emoções das competições. Essa é a essência da nossa estratégia - inspiração, aspiração e participação.
Visão geral do ecossistema VCT e os diferentes níveis de competição
Meu objetivo com este post é compartilhar nossa filosofia para o Tier 2 e prover o contexto por trás de nossas decisões. Isto é algo muito importante para nós, e estamos comprometidos para tornar uma parte efetiva de nosso ecossistema.
Como está funcionando
O VCT deu um grande passo à frente em 2023 com o lançamento das Ligas Internacionais, e simultaneamente, o Challengers tomou uma nova identidade - provar times e jogadores aspirantes à medida em que eles buscam seu lugar entre os melhores do mundo. Alguns aspectos deste pensamento tiveram êxito, enquanto outros aspectos precisam de melhorias.
O que está funcionando
Com a participação de várias organizações no Challengers, um grande número de jogadores talentosos, e uma grande audiência em algumas regiões, nos sentimos prontos para continuar a construção desta camada de competição.
As ligas Challengers viram uma mescla muito interessante de equipes estabelecidas e novos times participando dos torneios, como G2, Acend, Dplus KIA, entre outras. Algumas destas organizações chegaram muito perto de participar de nossa Ligas Internacionais como uma equipe parceira, e o fato de que estas organizações continuam acreditando no VALORANT e investindo no esporte valida nossas crenças. Este foi um dos motivos pelo qual criamos o sistema de vagas para organizações convidadas, e embora ainda seja cedo para para avaliar o sucesso deste formato, fico feliz em ver sinais positivos. Estamos muito ansioso para ver como os três times que ascenderam, The Guard nas Américas, Gentle Mates em EMEA, e Bleed Esports no Pacífico, irão impactar as suas respectivas Ligas Internacionais no próximo ano.
Também ficamos muito felizes ao ver algumas destas ligas ganhando cada vez mais popularidade. A liga da América do Norte atingiu picos de audiência de 145 mil espectadores graças a presença de grandes times e uma comunidade numerosa e apaixonada. O EMEA também viu surgir algumas ligas bastante populares, com a França atingindo incríveis picos de audiência de 164 mil espectadores, e a Espanha e Turquia também apresentando crescimento bastante promissor. Na Ásia e Pacífico, não há surpresas ao ver que o Japão continua sendo a liga mais popular do território, com picos de audiência de 160 mil espectadores. Tailândia, Sul da Ásia, Indonésia e Coreia também mostraram grande potencial.
Por último mas não menos importante, observemos os jogadores que disputaram estas ligas. Muitos jogadores incríveis estão competindo no Challengers, desde Luis “Mited” Gutierrez a Nathan “nataNk” Bocqueho e Yusuke “neth” Matsuda. O nível de talento que vimos nestas ligas é impressionante. Também vimos jogadoras do Game Changers participando das Ligas Challengers este ano, com Paula “devilasxa” Blanco Martinez e Lidia “didii” del Moral de la Torre competindo pela Rebels Gaming na liga espanhola. Também vimos Ilya “something” Petrov, o duelista que passou toda sua carreira competindo no circuito japonês, se juntando a Paper Rex em Março, antes do início da temporada do VCT Pacífico.
Estes são sinais excelentes de que o sistema está funcionando, encorajando-nos a continuar construindo e suportando estas competições.
Gentle Mates ascendem ao VCT EMEA depois de vencer Apeks na grande final do Ascension EMEA
Nosso foco para o próximo ano
Se por um lado temos grandes expectativas com o futuro do Tier 2, existem outras áreas que estamos focando em melhorar agora que estamos caminhando para o Offseason.
Audiência
Sendo direto ao ponto: algumas das ligas estão muito atrás em audiência quando comparadas a outras.
Primeiro, as Ligas Challengers ocorrem totalmente em paralelo com as Ligas Internacionais e aos Eventos Globais. Desta forma, não só elas estão disputando com estes por audiência, mas também por tempo de transmissão. Colocamos esforços significativos na programação destas competições em diferentes horas e dias da semana para que pudesse haver a menor sobreposição possível… mas ainda assim há muito o que assistir. A exaustão de conteúdo é algo real, e esperarmos que as pessoas assistam tudo o que está sendo transmitido não é realista. Quando os fãs são colocados em uma situação de terem de escolher uma competição em detrimento da outra, as Ligas Challengers inevitavelmente serão prejudicadas.
Agora, mesmo que audiência não seja como medimos primariamente o sucesso do Tier 2, ela é absolutamente necessária para que o cenário seja viável. As ligas e torneios precisam ter espectadores para que sejam bem sucedidas. Uma liga saudável, com bons níveis de audiência, permite que organizadores de torneios possam buscar investimentos para a produção da liga, e permite que times monetizem e suportem jogadores com salários, benefícios e infraestrutura para treinar e competir.
Mas também é mais do que apenas viabilidade financeira. Também é sobre dar aos fãs do esporte o que eles querem. A audiência é a forma mais absoluta que os fãs encontram de nos dizer com o que eles realmente se importam. Ao mesmo tempo que estamos sempre buscando escutar o que dizem nossos fãs, estamos também acompanhando o que estão fazendo e se estão buscando nossos canais para assistir.
Calendário
O segundo desafio que vimos este ano foi o calendário. Em última instância, não acreditamos que os times Challengers estão tendo exposição suficiente, o que impacta sua capacidade de se desenvolver.
Para os muitos times que não se qualificam para os torneios Ascension, a temporada competitiva termina no começo de Junho. Isto significa mais da metade do ano sem torneios oficiais para competir. Eu disse no começo que acredito que uma temporada offseason mais longa é positiva - ela dá aos jogadores profissionais tempo para descansar, aos times tempo para experimentar novas estratégias e jogadores, e aos fãs a oportunidade de sentir falta do esporte. No entanto, hoje a duração deste intervalo é muito longa. Esperamos ter uma boa quantidade de torneios independentes durante o offseason, mas entendemos que os times precisam de um calendário mais longo para justificar suas operações.
Infelizmente, é uma realidade o fato de que alguns times desta camada competitiva poderão surgir e interromper suas operações dependendo de seus resultados e sucesso no Challengers. Esta é a natureza das ligas de formação e acesso em todos os esportes, e não temos a expectativa de mudar radicalmente este ponto. O VALORANT é um dos esports mais competitivos do mundo, chegar ao topo deve ser difícil. Muitos tentarão a sorte para ascender, mas apenas os melhores terão sucesso.
Um degrau
Isso me leva ao ponto final, muito importante: não vemos o Challengers como um destino final, mas como uma forma de chegar ao nível mais alto de competição profissional. É um degrau, um lugar para jogadores desenvolverem suas habilidades para o próximo nível, e não um lugar para "ficar".
Por isso, desde o princípio, nós fomos claros quanto ao papel do Challengers no nosso ecossistema - revelar novos talentos críticos para o sucesso do VALORANT, provar novos times aspirantes a jogar nas Ligas Internacionais.
As mudanças que estamos fazendo
Tendo dito tudo isso, a seguir mostramos como vamos evoluir o Challengers no próximo ano.
Ao invés de limitar as Ligas Challengers de Janeiro a Junho, vamos realizar uma transição para que ocorram durante todo o ano, incluindo o período no final do ano quando o ecossistema Tier 1 está em offseason. Esperamos que isso dê mais espaço para o Challengers durante estes meses adicionais, e que ajude significativamente no crescimento de audiência. Esta mudança implica em trade-offs, como por exemplo não ser possível transmitir totalmente as etapas iniciais das competições, mas cada liga adotará a melhor estratégia para sua região. Exploraremos soluções criativas sobre estes trade-offs, como por exemplo disponibilizar um sinal de transmissão limpo para criadores e streamers que queiram oferecer watch parties. Em ambos os casos, o novo calendário vai garantir que os jogadores tenham mais oportunidade para competir e desenvolver suas habilidades.
Na mesma linha, moveremos o torneio Challengers Ascension para Setembro, após o Champions, para que tenha seu momento próprio de protagonismo no calendário. Acreditamos que o Ascension é um dos momentos mais excitantes do ano no VCT, com o ápice da jornada rumo ao mais alto nível competitivo. Esta mudança vai posicionar melhor o Ascension no calendário e permitir que tenha seu momento sob os holofotes.
A segunda mudança está relacionada à mobilidade de jogadores no ecossistema. Buscando viabilizar maior mobilidade de jogadores entre as camadas do nosso esporte, nós decidimos permitir que times das Ligas Internacionais construam uma relação de parceria (“afiliação”) com times Challengers, assim como criar um novo sistema de empréstimo de jogadores. Esta nova estrutura vai permitir que os times possam trocar jogadores mais facilmente, com o objetivo de vermos recursos do topo da pirâmide suportar o desenvolvimento de jogadores Tier 2.
Isso me leva à terceira e final evolução, que é o Premier. Eu espero que a este ponto todos estejam familiarizados com o Premier, mas caso você ainda não conheça, o Premier é o novo modo competitivo de VALORANT que permite que jogadores criem seus times e disputem torneios semanais dentro do jogo. Estes torneios irão por fim qualificar times para as Ligas Challenger, criando um caminho claro de progressão para a carreira dos jogadores que começa dentro do jogo.
A coisa mais fantástica sobre o Premier é que ele abre uma porta para qualquer jogador que esteja disposto a experimentar seu acesso ao cenário competitivo. Uma vez que você monte um time e se registre para um torneio, a única coisa que importa é o seu desempenho. O Premier foi desenhado para ser escalável, presente em todas as regiões que o VALORANT esteja disponível. Desta forma, o Premier irá efetivamente criar um robusto cenário Tier 3 para nosso esporte, cada vez com maior frequência de promoção e rebaixamento no Challengers.
Bleed Esports termina no topo do torneio Ascension Pacífico em Bangkok, Tailândia
Continuaremos a evoluir
Espero que este contexto mostre nosso comprometimento com o Tier 2 do VALORANT e como estamos planejando seu sucesso a longo prazo.
Compartilharemos nossos planos detalhados e como as ligas serão estabelecidas no nível regional nos próximos meses. Tenho certeza de que algumas destas mudanças trarão resultados positivos, e é possível que algumas delas não atinjam seus objetivos. A principal coisa da qual vocês podem ter certeza é a nossa vontade de aprender, adaptar e evoluir. O trabalho nunca estará terminado.
Estamos ansiosos para ouvir seus pensamentos e feedback, e continuaremos a ouvir atenciosamente os parceiros, organizadores de torneio, times e jogadores - que nos ajudaram a identificar as mudanças que estamos fazendo para a próxima temporada.